O bater das asas de uma borboleta, o sopro em um dente de leão
Tão frágil quanto um dente de leão sendo perturbado por uma brisa levemente mais intensa. Pouco esforço, mas tudo se destrói. O inteiro perde a forma, a beleza se esvai. Resta apenas o suporte, onde nada mais pode ser reconstruído.
O que somos nós além de meros dentes de leão? As aparências mascaram o tamanho de nossa fragilidade. A menor das perturbações podem causar perdas irreversíveis, talvez não visuais e escancaradas para os demais verem, mas ainda existentes e tão dolorosas quanto. De certa forma, a beleza também é perdida, a forma se perde aos poucos ou até mesmo se vai em um piscar de olhos. Nós mudamos. Nossa visão do que está ao nosso redor muda, reajusta, tinge o mundo de cores que antes não eram vistas ou o desbota de cores que antes eram tão vívidas.
Somos frágeis em diferentes formas e nem tudo é visível aos olhos. Tão frágeis quanto um dente de leão. Da mesma forma, depois da perturbação, resta apenas o suporte. O resto do que um dia já foi inteiro. Se poderá ser reconstruído e voltará a ser inteiro? Talvez. Essa é a diferença. Mas jamais será da mesma forma.